Imagine que você acaba de descobrir que o seu paciente sofre de uma forma severa de Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e que traz sérios ricos para a sua saúde (e de vida).
O paciente relata que não se adapta ao suporte ventilatório de pressão contínua (CPAP — Continuous Positive Airway Pressure) e caso continue sem tratamento corre risco de morrer.
O que você faria?
Indicaria um aparelho intrabucal?
Solicitaria para ele insistir com o CPAP?
Indicaria uma cirurgia ortognática?
Cuidado, você só tem uma chance!
Nesta situação não se tem muito o que pensar. Precisa-se agir imediatamente.
O aparelho intrabucal não está indicado por causa da severidade do problema. Eles são bem aceitos para AOS leves, podendo ser tentados nas moderadas. Nos casos graves eles estão contra-indicados, pois não conseguem solucionar o problema.
A insistência com o CPAP não seria uma boa ideia, pois os pacientes fazem vários testes para tentarem se adaptar ao dispositivo. Embora o CPAP seja considerado uma terapia padrão ouro (funciona em mais de 90% dos pacientes), para aqueles que não suportam o uso não adianta insistir.
A última opção, a cirurgia ortognática, seria a correta. Considerada também como padrão ouro (funciona em 86% dos pacientes) , esta seria a única alternativa para o nosso paciente.
Daí surge uma dúvida: quando operar?
Como já foi dito, a necessidade é imediata.
Para uma necessidade imediata, resposta direta: rapidamente! Sendo mais claro,
imediatamente!
Ou seja, se o procedimento cirúrgico não pode esperar, começamos por ele. Teremos que inverter o protocolo da cirurgia ortognática, no qual a cirurgia terá que vir antes do tratamento ortodôntico (no protocolo usual é o contrário; a ortodontia vem antes da cirurgia).
Está estabelecida aí o conceito da “cirurgia antecipada” e do “benefício antecipado”. Acredite, foi exatamente isso o que aconteceu com um dos seus criadores, o Dr. Jorge Faber.
A cirurgia em primeiro lugar oferece ao paciente o benefício imediato que ele precisa.
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